domingo, 29 de maio de 2011

Minha alegria é triste...


Minha alegria é triste... A verdade é esta. Mesmo a vida me dando motivos para não ser assim.
No poema "Alegria de la tristeza", diz que a tristeza nos remete a uma alegria inesperada que vem do fato de ainda conseguirmos senti-la. A tristeza pode surgir por vários motivos ou nenhum aparente e devemos sempre estar prontos para recebê-la.
Parece maluco! Mas se olharmos para o lado vemos pessoas matando para se divertir; sem emprego e a procura, com emprego e tentando segurar; quem tem um amor desconfiando até da própria sombra; escravos do tempo, sem conseguir sentar e tomar um café com um amigo, ler um livro, ouvir como foi o dia do seu filho ou da sua esposa/marido. Pois é falta tempo para sentir.
É aí que entra a alegria de sentir tristeza. Pois qualquer sentimento é bem vindo, mesmo que não seja um entusiasmo e sim uma melancolia (minha mãe usa muito este termo), por que "sentir é um verbo que se conjuga para dentro, ao contrário do fazer, que é conjugado para fora".

Uma pessoa triste é evitada. Não cabe no mundo falso das propagandas, novelas e conto de fadas com final feliz.
É claro e notório que tristeza não faz nenhum bem para nossa saúde, mas o silêncio da introspecção é um recuo providencial, pois é quando conversamos com nossos botões. (Mas cuidado!... Para não ferir ninguém durante este recuo).
E essa conversa rende luz, lições, sinais, e a tristeza acaba saindo também, dando espaço para uma alegria nova e revitalizada.
Triste é não sentir nada.



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